31 de julho de 2010

Entrevista com Hayley, Tegan e Sara para SPIN Magazine


A Spin Magazine caprichou na entrevista com Hayley Williams, Tegan e Sara. Confiram:

"Paramore e Tegan and Sara estão em turnê juntos todo o verão, dividindo mais de 30 palcos pela América e e gastando bastante tempo no backstage.

Mas o que, exatamente, Hayley Williams, a vocalista de cabelo de fogo da banda pop-punk do Tennessee, e as gêmeas canadenses Tegan e Sara Quin falam? Nada mais que: relacionamentos amorosos, as dificuldades de ser uma garota no meio musical, e… bonecas Barbie.

Antes do show de abertura da Honda Civic Tour semana passada em Raleigh, NC, as três se juntaram para conversar com a SPIN.com sobre suas vidas. Williams carregava um presente de um fã: uma boneca Barbie do Bob Esponja Calça Quadrada, ainda na embalagem. Não é a sua primeira.

“Eu tenho umas 20 agora”, disse Williams. “São muitas Barbies para uma pessoa de 21 anos”.

“20 a mais do que eu”, disse Sara, 30. [Risos]

Leia mais da conversa divertida e entretida do trio no backstage:

SPIN: Quando o Paramore conheceu Tegan & Sara?
TQ: Nos conhecemos na casa do Chad [Gilbert, guitarrista do New Found Glory e namorado da Hayley. Eu estava fazendo muitas coisas, especificamente seguindo Lindsey, minha namorada na época. Estava tentando convertê-la, e eu consegui com sucesso. A casa do Chad ajudou com isso, então obrigada por isso. O amor prevaleceu. Nos conhecemos através do namorado da Hayley — Vocês falam sobre isso? Tudo bem falar disso?
HW: Ah sim, claro. Eu sou uma pessoa real com um namorado.
SQ: E depois foi em Nashville que nós nos conhecemos. Estávamos fazendo um show no Ryman. Havíamos tocado lá uma outra vez, mas essa era a primeira vez que éramos a atração principal. Então foi uma noite animada, e a Hayley estava lá para nos apoiar.
TQ: Ela gritou o show inteiro. Ela estava muito, muito bêbada.
HW: Estava. Estava muito bêbada.
TQ: Ela apareceu com esse collan estranho, tipo do Cirque du Soleil. “Faça ser sobre você, Hayley”. [Risos].
SQ: Não, você foi tão fofa. Nós achamos você muito meiga, e depois do show ficamos tipo “Eu quero apertá-la, ela é tão fofa”.
TQ: Nós estávamos muito animadas para fazer a turnê. Eu só conhecia você, e eu acho que foi quando a Sara parou de reclamar de fazer turnês. Brincadeira.
HW: Mas foi um bom show. Eu levei vários amigos e muitos deles nunca haviam as visto ou ouvido muito de sua música.

SPIN: Hayley, por que você chamou Tegan and Sara para essa turnê?
HW: Sinceramente, muitos de meus amigos me viciaram em vocês há um tempo, pessoas que conheci quando começamos a fazer shows. Nós nunca fazemos turnês com garotas, e eu acho que não existem muitas cantoras que eu ame.
TQ: Você poderia ter chamado a Rihanna.
HW: Oh, verdade.
SQ: Ou a Cher. [Risos].
HW: Não existem muitas mulher na música agora que me deixam tipo “Eu quero tocar com essas pessoas”. Essa turnê é muito importante para nós, e queria uma banda que existe há tempo bastante para estabelecer algo importante. Eu queria uma banda importante.
TQ: Você queria roubar nossa importância.
HW: Queria. Queria roubá-la. Eu quero ver como vocês cantam toda noite e roubar isso também.
SQ: É tão meigo você falar isso porque é como sempre olhamos para as bandas que vão abrir pra gente. Sempre pensamos “O que vai atingir nossa audiência? O que vai marcá-los de uma maneira positiva?”. Sempre tentamos trazer garotas. Passamos por uma fase de trazer pessoas que estavam fazendo um hip-hop alternativo, porque queríamos abrir um pouco a mente dessas pessoas para algo além do rock. Eu acho tão legal você fazer isso também.
HW: Nós nunca trouxemos nada muito além de rock. Sinceramente, vocês são talvez a banda mais diferente com quem já fizemos turnê.

SPIN: Você está nervosa por Tegan e Sara?
HW: Não, não estou nervosa por elas de jeito nenhum. Nossos fãs estão muito animados. No nosso LiveJournal – não quero assustá-las – existem esses pequenos icons para as pessoas que escrevem mensagens, e todos eles tem as faces de Tegan e Sara, todas modificadas. Eu vejo vocês todos os dias, várias vezes ao dia em fotos que vocês provavelmente odeiam, mas todo mundo ama.
SQ: Isso acontece com você, onde pessoas ficam obssecadas com fotos que você queria que elas parecem de ver?
HW: Oh, eu odeio isso. Vai parecer que eu me importo demais porque eu não me importo mesmo, mas eu passei por uma fase em que eu estava ganhando peso na estrada. Eu vejo fotos dessa pequena fase, e fico tipo “Esses foram os dias de gorda”. Mas essas são as fotos que as pessoas salvam. Faz com que eu me sinta bem ao mesmo tempo.
SQ: Provavelmente você parecia muito feliz, e seu corpo estava pronto para dar vida.
HW: Oh, ótimo. Se chama puberdade.
SQ: Eu passei por essa fase quando tinha cabelo loiro e curto, e era todo fofo e eu usava uma faixa. Não pode ser pior que isso.
TQ: Vamos pensar: Isso deve ter sido em 2000. Então quantos anos você tinha, Hayley?
HW: Eu ainda estava no Mississippi, então ainda ouvia Aaliyah.
TQ: Então quantos anos você tinha? 10? 11? 12? E aSara estava no Letterman com uma faixa e cabelo loiro espetado. É nossa era favorita. Você acha que com 10 anos teria gostado da nossa banda?
HW: Com certeza. [Risos]. Quando eu morei no Mississippi, não existia nenhuma música, mas eu amava parecer diferente. Eu gostava de qualquer coisa que me fizesse diferente das pessoas que me cercavam. Não sei se já ouviram falar do Mississippi, mas não é o tipo do lugar ao qual você quer ser relacionada.

SPIN: Quando vocês duas ouviram Paramore pela primeira vez?
TQ: Quando eu ouvi a música de vocês pela primeira vez, e isso foi antes deu conhecer Chad, eu fiquei sabendo sobre vocês pelo nosso publicista. Ele estava tentando nos por na capa da Alternative Press. Ele disse “Eles já puseram uma garota na capa esse ano,” porque é assim que isso funciona no mundo. Eu meio que “Que piranha que tá na capa?” (risos). Eu to brincando, eu disse “Quem tá na capa?” E ele respondeu, “Essa banda, Paramore.” E eu disse “Eu nunca ouvi falar de Paramore.” Eu procurei eles no Google, e pensei “Essa garota é gostosa.” Isso foi logo quando Riot! saiu, então eu baixei ele.
SQ: Isso é verdade. Tegan apareceu contando pra todo mundo e tocando o cd.
TQ: Porque realmente só tem um espaço para garotas serem populares no mundo, uma de cada vez, e eu pensei “Aqui está a rainha da nossa música do momento, e nós todos devemos nos curvar á Hayley.” Não, eu pensei “Essa banda é tão legal”. Esse é o tipo de música que eu escuto, e esse é o tipo de música que eu ouvi enquanto crescia. Eu pensei que a sua imagem era muito legal também, porque logo eu descobri o quão nova você era, e em todas as suas entrevistas, você falava sobre manter essa imagem. Nós nos formamos no ensino médio e assinamos um contrato com a gravadora. Mas todo mundo nos pressionava a ser modelos. Eles ficavam, “Vocês são bonitas. Vocês deviam usar maquiagem. Ir nessa direção”. E a gente, “Nós queremos tocar nossas guitarras, e usar bandanas no Letterman.” Levou um tempo pra gente. Eles estavam realmente nos pressionando a ser uma coisa que não éramos, e eu acho que você conseguiu ser o que você queria ser.

SPIN: Hayley, você também experienciou a mesma pressão pra ser uma pessoa diferente?
HW: Isso é o pior. Logo quando nós fomos contratados, nós nunca tínhamos feito fotos de publicidade de verdade. Nós só tínhamos sido fotografados por nossos amigos. Nós tivemos esse cara aparecendo e tirando fotos pro nosso álbum e ele queria que eu usasse um gloss para fazer meus lábios parecerem mais brilhosos, e eu disse “Não!” Eu dei um ataque, e todo mundo disse “Ah, a Hayley é uma metida.” Essa foi minha experiência com ensaios fotográficos, e eu praticamente queria muito ser um garoto.
TQ: Não queremos todos?
HW: Não é?
TQ: É uma coisa muito engraçada na nossa indústria, porque se você não for glamurosa ou feminina, você fica nessa estranha área cinza. Eles não sabem aonde te colocar, e você tem que lutar para manter o que te faz ser única. E eu acho que foi ótimo você ter feito isso.
SQ: Você já achou que uma vez que você manteve isso, e foi aceita no mainstream, então as pessoas que não estão nela, começam a dizer “Você não é realmente tão hardcore”? Isso aconteceu comigo e com a Tegan. Nós estávamos realmente representando mulheres alternativas, e nós éramos lésbicas e tudo. De repente nós começamos a ficar populares. Nós fomos capazes de vender mais álbuns. E as pessoas começaram a falar “Vocês se venderam. Vocês não são mais alternativas.”
TQ: Você não é mais uma mulher, sua vagina se foi.
SQ: Você na verdade é um homem hétero agora, parabéns. Você pensa “Ai meu deus, verdade? Nós não somos mais cools, alternativas e lésbicas mais?” Isso é difícil de vez em quando também.
HW: Eu passei por essa fase quando eu não quis usar gloss. Eu não queria usar maquiagem. Eu não queria ser uma menina de jeito nenhum. Mas então eu comecei a crescer, então eu pensei “Ok, eu acho que vou tentar usar rímel no palco agora” Isso evoluiu e meu cabelo ficou mais brilhante. As pessoas notaram e falaram, “O que aconteceu com aquela garota que parece um garoto?”
TQ: “Ela se juntou ao Tegan and Sara!” De uma forma estranha, é uma analogia para crescer. Estar numa banda é como uma prova viva da sua segunda adolescência. Você começa a mudar, do modo como a sua musica soa, ás pessoas com quem você vai em turnê, até as pessoas que te cercam. É duro algumas vezes. Nós costumávamos mandar Sara pro quarto dela várias vezes.
HW: (risos).Você pode vir pro nosso ônibus se isso acontecer.

SPIN: Paramore teve seu número de lugar de suporte. O que você gosta mais, Hayley, abrir ou ser a atração principal?
HW: Eu gosto dos dois.
TQ: Rainha [risos].
HW: E sempre amei ser o oprimido. Então, por um lado, ser o principal, quase parece uma farsa. Se nós estamos tocando em um festival, e NOFX esta lá, eu sei que eu vou ser perseguida do outro palco por outra banda. E eu amo isso. Eu amo o desafio e a intimidação disso, indo lá e explodindo no palco. Essa turnê é legal pra mim, porque nós estamos em turnê por cinco anos e meio já, e a mesma galera que estava na primeira fila nesses lugares minúsculos, como quando nós tocamos no CBGB’s pela primeira vez, algumas das pessoas que foram nesse show, vão nos nossos shows em Nova Iorque nesses lugares enormes. É muito gratificante. Pra mim, nós fizemos algo direito, se essas crianças podem ir ao show e se divertir, e não ficarem “Hayley, você não parece mais um menino, eu te odeio.






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